Mais de nove anos após o rompimento da Barragem de Fundão, o Extremo Sul da Bahia ainda sofre as consequências. Por isso, cinco prefeituras decidiram judicializar a cobrança contra Vale, BHP Brasil e Samarco. O pedido de R$ 780 milhões busca reparação, mas, acima de tudo, respeito.
O mar e os rios que antes garantiam fartura se tornaram fontes de preocupação. A atividade pesqueira entrou em declínio, o turismo perdeu brilho, e comunidades tradicionais vivem sob constante incerteza. As promessas de reparação nunca chegaram, e os prejuízos se acumularam.
O acordo de Repactuação, celebrado sem a participação das cidades baianas, foi a gota d’água. As mineradoras, mais uma vez, demonstraram distanciamento da realidade vivida pelas famílias atingidas. “A exclusão foi cruel. Estamos exigindo o que nos é de direito”, afirmaram os prefeitos.
A ação civil pública não apaga os danos, mas busca garantir que os responsáveis não sigam impunes. A demora em reparar os municípios transforma cada dia em nova injustiça. Para as prefeituras, o processo é urgente e inadiável: trata-se de salvar não apenas economias locais, mas a dignidade de milhares de cidadãos que se sentem esquecidos.
