Nesta segunda-feira, 9 de junho, o ex-presidente Jair Bolsonaro pisa no Supremo Tribunal Federal (STF) pela primeira vez como réu. A cena marca um momento histórico na política brasileira: o ex-chefe do Executivo será interrogado por suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
A maratona de depoimentos começou com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, seguido por outros sete acusados. Bolsonaro, sexto na ordem alfabética, deve depor entre terça e quarta-feira. As sessões serão transmitidas ao vivo, com previsão de duração até sexta-feira.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de liderar uma organização criminosa para impedir a posse de Lula. A tentativa teria falhado pela ausência de apoio dos altos comandos militares. Se condenado, Bolsonaro pode pegar até 40 anos de prisão.
Apesar de inelegível para 2026, o ex-mandatário mantém viva sua ambição política. Na semana passada, declarou que não pretende se calar: “É excelente falarmos ao vivo sobre golpe. Quero esclarecer o que aconteceu.”
O depoimento promete ser tenso, com encontro frente a frente entre Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, a quem o ex-presidente já chamou de “ditador”. Além de Moraes, a PGR e os advogados poderão interrogar os réus.
O processo também inclui quatro ex-ministros, os ex-comandantes da Marinha e da Abin. A sede do STF, alvo de vandalismo por bolsonaristas em janeiro de 2023, volta a ser palco de um episódio que pode mudar os rumos da democracia brasileira.
Por Redação